Tudo sobre como jogar RPG de mesa: o guia definitivo!

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O RPG de mesa é um jogo de imaginação que tem conquistado cada vez mais adeptos no mundo inteiro. Nele, os jogadores assumem o papel de seus personagens em um mundo imaginário, criado pelo mestre do jogo, e são responsáveis por tomar decisões que afetam o desenrolar da história. 

Se você é um iniciante nesse universo ou tem curiosidade sobre como jogar RPG de mesa, este guia definitivo vai te ajudar a entender tudo o que você precisa saber para começar a jogar e se divertir, acompanhe!

O que precisa para jogar RPG de mesa?

Conteúdo

Antes de tudo, é necessário montar um grupo de amigos dispostos a jogar e assumir os papéis — de preferência, grupos de pelo menos três amigos. Além disso, é necessário que um jogador seja responsável por comandar e dirigir a história (chamado de Mestre da mesa) e de alguns materiais básicos. Estes materiais incluem:

  • Livros de regras;
  • Mapas;
  • Ficha de personagens;
  • Lápis;
  • Borracha;
  • Papéis;
  • Dados;
  • Miniaturas;
  • Tabuleiros
  • Roupas (opcional).

Além disso, é importante que todos os participantes saibam das regras do jogo e as aceitem. Antes que a campanha seja iniciada, os participantes devem criar seus personagens e preencher as fichas, que servirão como base para conduzir as ações no jogo e o que estas desencadearão na história. 

Como criar personagem?

Primeiro deve-se escolher o sistema a ser usado. O sistema do RPG de mesa consiste num conjunto de características possíveis para os personagens, tais como:

  • Raça: você pode escolher a origem e espécie do seu personagem, suas características físicas e linguagem;
  • Habilidades: além de escolher como quer ser, você pode escolher o que quer saber, dotando seu personagem de capacidades próprias e únicas;
  • Funções: além de tudo, você vai inserir no seu personagem na história, conforme sua missão, a sua função;
  • Poderes: para tudo ficar mais divertido e interessante, acrescente alguns poderes ao seu personagem, algo que seja a sua marca registrada.

Em seguida, leia as informações básicas do sistema: ambiente e mecânica do jogo (como se dá a interação). Com base em todas essas informações, decida o tipo de personagem que deseja criar: mago, guerreiro, andarilho, arqueiro, etc. e dê atributos a ele (força, poderes, destreza, inteligência). 

Feito isso, invente uma história de origem do personagem, personalidade, motivações e objetivos. Pronto, seu personagem está feito e o jogo já pode começar! 

Como fazer uma narração?

A narração é parte essencial do RPG de mesa e uma das principais missões do Mestre de Mesa. Como a história do jogo é contada no transcorrer do mesmo pelos personagens criados e conforme a imaginação dos jogadores, cabe ao Mestre criar uma unidade na história, contextualizá-la, dividindo as ações em começo, meio e fim (introdução, desenvolvimento e conclusão).

Como fazer uma narração?
Fonte/Reprodução: original.

De forma prática: descreva bem cenários e a interação dos personagens de forma envolvente, crie desafios e obstáculos a serem vencidos, adapte a história de acordo com os jogadores e suas escolhas (é bom permitir que os outros jogadores interajam e contribuam com ideias narrativas para engajá-los).

As regras do RPG

Cada jogo de RPG de mesa possui suas regras próprias, mas as regras gerais comuns entre a maioria deles são: 

  • Seguir o mesmo sistema de regras até o fim;
  • Testes e habilidades: os jogadores fazem testes para determinar sucesso ou derrota das ações dos personagens através da rolagem de dados;
  • Combate usando as habilidades inventadas;
  • Pontuação de vida: pontuação reduzida do jogador quando o personagem sofre algum dano;
  • Magia: recurso que todo personagem pode usar para sair de uma situação adversa;
  • Experiência: evolução ou mudança do personagem ao longo da história, devido às situações vivenciadas.

Essas são regras comuns a vários tipos de sistemas populares, como Dungeons & Dragons, Cthulhu, entre outros. Cada sistema de regras de RPG de mesa possui a sua própria descrição no Livro do jogo. É só conferir o livro que vem junto do seu jogo para ter certeza dos detalhes!

Improvisar sempre

Uma parte importante é a improvisação do jogo de RPG é a improvisação. Além de tornar tudo mais divertido, devido ao fator surpresa e de revelação, a improvisação estimula todos os jogadores a usarem a sua criatividade para adaptarem os seus personagens à situação imposta. O Mestre da mesa deve, nesse caso, contextualizar a história. Com a improvisação, cada jogo será único e inesquecível!

Criatividade é a chave da diversão

A criatividade é a chave da diversão no RPG de mesa, pois os jogadores são instigados a usar a imaginação para criar histórias interessantes e tomar decisões inteligentes no decorrer da trama do jogo. O Mestre da mesa também deve deixar a criatividade fluir e narrar os acontecimentos do jogo de modo que mantenha os jogadores interessados na história.

Manter o grupo de amigos ativo!

Reunir o grupo de amigos com frequência é bastante importante, já que a atividade mantém a disposição e o compromisso dos jogadores, cujo engajamento é crucial para o sucesso da brincadeira e para a diversão em geral. A participação ativa deve ser estimulada principalmente pelo mestre da mesa e organizador do jogo.

Quando surgiu o RPG de mesa?

Esse tipo de jogo interativo, que ficou conhecido como RPG de mesa, surgiu em 1970 nos Estados Unidos, criado por amigos que queriam jogar uma versão livre e improvisada de jogos de tabuleiro. Até então, os jogos eram improvisados e não haviam sistemas de regras específicas. 

Tudo mudou em 1974 com a criação do Dungeons & Dragons, primeiro RPG de mesa criado com um sistema de regras organizado, que rapidamente se espalhou por todo o país, ao ser distribuído pela empresa TSR, de Gary Gygax. Em pouco tempo o D&D conquistou outros países e hoje é adaptado a diversos estilos e temáticas, se tornando um dos principais hobbies entre pessoas das mais diversas idades. 

Quais são os principais sistemas de RPG?

Desde o seu surgimento, o RPG de mesa já foi desenvolvido em muitas empresas e estilos, cada um com suas particularidades e possibilidades, mas todos igualmente interessantes. Existem diversos sistemas de RPG que utilizam diferentes mecânicas de jogo e ambientações. Vendo essa versatilidade dos jogos de RPG de mesa, elaboramos uma lista com os principais jogos para iniciantes.

Dungeons & Dragons 

Primeiro sistema de RPG criado no mundo, o clássico absoluto quando o assunto é RPG de mesa. Às vezes é utilizado como sinônimo de RPG, tamanha a sua popularidade entre os adeptos do estilo de jogo.

A história central desse sistema gira em torno de um mundo de fantasia medieval, onde os jogadores interpretam heróis que enfrentam monstros, buscam tesouros, lutam e exploram calabouços e mausoléus. O sistema usa o tipo de dado d20 (de 20 faces) nas decisões e os grupos normalmente são de três ou mais jogadores.

Gurps 

O sistema Gurps é uma abreviação da sigla Generic Universal Roleplaying System (que pode ser livremente traduzido como Sistema Genérico Universal de Interpretação de Papéis), que é reconhecido como um sistema bastante flexível — ao contrário do anterior — e pode ser usado em diferentes ambientações, desde fantasia medieval até ficção científica.

Ele permite uma grande customização dos personagens, e utiliza o tipo de dado d6 (de 6 faces, ou o dado comum) para sorteio, além de um sistema de pontos para determinar o sucesso ou o fracasso das ações. Normalmente se joga em grupo de 4 jogadores, além do mestre da mesa. 

Vampiro: a máscara

É um sistema de RPG de mesa baseado no universo dos vampiros, numa ambientação urbana e sombria. Os jogadores interpretam vampiros que disputam o poder e o controle de uma sociedade secreta e precisam enfrentar uma série de inimigos sobrenaturais.

O sistema utiliza o dado d10, de dez faces, para determinar a sorte dos personagens, que têm poderes sobrenaturais e habilidades próprias. O jogo foi publicado pela primeira vez em 1991 pela editora White Wolf, com um sistema de regras simples e fácil de aprender. 

Savage Worlds 

Criado em 2003 e rapidamente atingindo o topo das listas de muitos fãs de RPG, Savage Worlds é um sistema de RPG de mesa que se destaca pela simplicidade e flexibilidade. Foi lançado pela empresa Pinnacle, com um conjunto de regras genéricas que podem ser adaptadas a diversos gêneros de jogos. Savage Worlds utiliza o dado comum, d6, que pontua cada personagem depois de uma ação. 

Dentre uma de suas vantagens, podemos citar a alta versatilidade de personagens, inclusive alguns destes vêm com habilidades especiais que os diferenciam dos outros personagens. O jogo possui regra de combate tático e é excelente para jogadores principiantes. 

Tormenta RPG 

Primeiro RPG de mesa criado no Brasil, o representante brasileiro da nossa lista foi criado pela editora Jambô e se passa num mundo medieval cheio de fantasia, chamado Arton. É um sistema simples e fácil de aprender, com foco maior na narrativa e no modo de contar a história do que na mecânica do jogo. 

O sistema se utiliza de dados d20 (20 faces), e os jogadores podem escolher entre diversas raças e classes de elfos, anões, magos, guerreiros e comandantes. Tormenta foi parcialmente inspirado por Dungeons & Dragons, segundo o seu próprio criador, Eduardo Spohr. O jogo é bastante popular no Brasil e possui diversas comunidades e fãs, e foi criado com a assistência de autores nacionais especializados em literatura fantástica.

Os personagens principais são extremamente poderosos, sendo, inclusive, chamados semideuses, e estão imbuídos da capacidade de operar magia e realizar feitos extraordinários. Um grupo de 3 pessoas é o mais indicado para a prática, mas já pode ser jogado com mais de um jogador.  

Chamado de Cthulhu 

Sistema de RPG baseado nos contos de horror e ficção estranha de H. P. Lovecraft, considerado um dos maiores autores do século XX, apesar das controvérsias em relação às declarações racistas e eugenistas do mesmo. 

O jogo surgiu em 1981 pela Chaosium, sendo o primeiro RPG criado no gênero terror. É conhecido pela sua mecânica simples e pela ênfase no clima de tensão, por estimular a criação de personagens insanos e de atitudes incompreensíveis. O sistema usa dados d6 (com 6 faces). 

Os jogadores, em grupo de 3, assumem o papel de investigadores que estão descobrindo segredos sombrios do mundo. O jogo prioriza a descoberta e não contém conflitos como os demais tipos de RPG de mesa. Pelo seu caráter investigativo, o jogo possui alguns materiais adicionais como cartas misteriosas com pistas e desafios para acumular pontos. 

Existem muitos outros sistemas de RPG espalhados por aí, alguns brasileiros, outros estrangeiros (especialmente norte-americanos), prova de que o RPG de mesa tem crescido nos últimos anos.

Quantos jogadores precisam participar para se ter um jogo?

De maneira geral, um jogo de RPG de mesa requer um grupo de 3 ou 4 pessoas, além do mestre da mesa. No entanto, o número ideal de jogadores pode variar dependendo do estilo, sistema de RPG ou das preferências do grupo. Um dos benefícios do jogo é justamente essa adaptabilidade aos interesses dos jogadores.

Quantos jogadores precisam participar para se ter um jogo?
Fonte/Reprodução: original.

O importante é ter a quantidade necessária de jogadores para permitir que o jogo se desenrole e aconteça de forma interessante e dinâmica, mas deve-se evitar grupos com muitas pessoas, porque isso dificultaria a narração do mestre da mesa e poderia causar um desequilíbrio entre histórias, personagens e habilidades.

O Mestre da mesa

O mestre da mesa é o jogador que lida com o jogo, gerencia as situações e narra a história do começo ao fim. Não só ele cria e conta a história, como é responsável pela mediação das ações dos personagens, como resolver conflitos, desvendar enigmas, batalhar, etc., garantindo um jogo equilibrado, divertido e desafiador para todos. 

Além disso e de sua necessidade redobrada de criatividade, o mestre da mesa dirige e comanda os personagens não jogáveis ou NPCs (do inglês Non Playable Character), que são personagens não usados por nenhum jogador e servem apenas para trazer informações ao jogo, ou fazer a transição de um ambiente, ou cena. 

Em suma, os NPCs possuem caráter funcional. O mestre da mesa decide se serão amigos ou inimigos dos personagens, se vão facilitar ou dificultar suas jornadas, etc.

Jogadores

Os jogadores são responsáveis por interpretar os personagens e tomar as decisões que afetam a história. É importante que os jogadores estejam todos familiarizados com as regras do sistema e com as características do seu personagem.

Como toda boa história, é importante que haja papéis bem definidos: protagonistas, antagonistas, personagens secundários, tramas de origem que se cruzam, e outros recursos narrativos muito comuns em histórias.

Materiais para jogar RPG de mesa

Como dissemos anteriormente, há materiais indispensáveis para jogar RPG de mesa, dentre os quais se destacam;

  • Papel;
  • Lápis;
  • Dados (d6, d10, d20 ou quaisquer outros que o sistema exija);
  • Mapas;
  • Roteiros;
  • Livro de regras;
  • miniaturas;
  • Ficha dos personagens;
  • Indicadores de posição dos personagens.

Alguns materiais adicionais podem ser usados pelo grupo, se for de consentimento geral e ajudar na criatividade. Mas a maioria dos jogos RPG contém os materiais acima listados.

RPG de mesa virtual

Com o avanço da tecnologia em jogos, tornou-se possível jogar RPG de mesa virtualmente, através de sites especializados como o Roll20. Isso permite que jogadores de diferentes lugares possam jogar juntos, além de disponibilizar mapas interativos, chats para conversas e dados virtuais, além de compartilhamento de arquivos.

Plataformas para RPG de mesa virtual

Além da Roll20, outras plataformas oferecem a versão online dos sistemas de regras RPG, dentre os quais podemos destacar: 

  • Fantasy Grounds;
  • Tabletop;
  • Discord;
  • Simulator;
  • Foundry Virtual. 

Essas ferramentas geralmente oferecem recursos para criar personagens, gerenciar fichas de habilidades, rolar dados virtuais, desenhar mapas e enviar mensagens de voz. 

Como funcionam os dados? Entenda a importância

Os dados são importantes para qualquer jogo de RPG. O dado mais comum, presente nos principais sistemas, é o d20, que possui 20 faces numeradas de 1 a 20. Ele é usado principalmente para determinar o êxito ou fracasso de ações dos personagens, como ataques e habilidades. 

Além do d20, existem outros tipos de dados, como d12, d10, d8, d6 e d4, em que a numeração de cada um aponta a quantidade de faces que o mesmo possui. Eles são usados para quantificar o dano causado ou benefício recebido, pontuando o personagem a partir do número sorteado.

O jogador rola os dados sobre uma superfície plana e espera ele parar com um número para cima, este número será o valor, ou pontuação, a ser acrescida ou subtraída dele, dependendo da regra do jogo e do sistema usado. Vale ressaltar que até três dados podem ser usados e combinados no mesmo sistema, conforme acordado entre os jogadores.

Vale a pena jogar RPG de mesa?

Com certeza! Jogar RPG de mesa é uma experiência única, que desenvolve interação social, criatividade, capacidade de improvisação, capacidade de narrar e argumentar, melhora habilidades e aptidões habituais da pessoa. Além disso, ainda aprimora as noções de trabalho em equipe, estimula a liderança (mestre da mesa), e o diálogo. 

Porém, mais do que tudo o que foi citado, vale a pena jogar porque o RPG é muito divertido, possui uma variedade de tipos e modos de se jogar, dá margem à criação de jogos posteriores, pode ser jogado em qualquer lugar e não depende de mecanismos eletrônicos ou digitais para ser jogado. Ou seja, é uma excelente ferramenta de desenvolvimento de capacidades pessoais que está ao alcance de todos. 

Um jogo que testará a sua criatividade e desafiará sua imaginação, tudo isso junto dos seus amigos e do jeito que vocês quiserem: este é o universo do RPG de mesa, um meio criativo, desafiador, único e inesquecível de interagir com aqueles que você mais gosta. Há regras muito claras no jogo, mas elas não devem ser entendidas como entraves, mas como guias de orientação para os personagens que farão a diversão de todos os jogadores.

1 Comment
  1. […] desses três jogos, que compartilham o mesmo fundamento e centro, ainda temos o RPG de mesa Cyberpunk RED. Este é um game novo que funciona como uma prequel para o jogo Cyberpunk […]

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