RPG de mesa cyberpunk: quais os melhores?

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Com o jogo Cyberpunk 2077 para as novas gerações de console, houve um aumento na procura pela origem do game e um crescente interesse sobre que é o RPG de mesa Cyberpunk. Foi ali que o jogo teve a sua origem, recebeu seu primeiro game da série e começou a criar uma legião de fãs que ainda acompanha a franquia com gosto. 

Acontece que mesmo entre os RPGs de mesa, existem outros jogos da franquia Cyberpunk e até mesmo outros jogos do gênero cyberpunk. Para aqueles que curtem a estética do futuro distópico com elementos industriais em contraste com alta tecnologia, este artigo está prestes a se tornar um senhor banquete! 

Confira nossa dica de melhores jogos do gênero e da franquia! Muito além do RPG de mesa Cyberpunk, iremos recomendar os melhores jogos com a estética e da sequência que se consagrou no mundo dos games. 

O que é Cyberpunk?

Conteúdo

Cyberpunk antes de ser um jogo é um termo, um gênero próprio da ficção e da fantasia científica. 

É difícil definir o termo de modo sucinto, mas está ligado a uma imagem de futuro distópica, amarga e flagelada pelas decisões humanas. Um dos pontos-chave do que é cyberpunk é o contraste entre a tecnologia, a luz do neon e da iluminação artificial com a escuridão e sujeira própria das grandes metrópoles. 

Aquele beco escuro com ratos, lixo na rua, latões mal cuidados e transbordando de restos. Pense nisso, mas, ao mesmo tempo, e no mesmo ambiente, também imagine um imenso letreiro colorido, com um holograma tecnológico e com uma iluminação artificial de doer os olhos. Este contraste é típico do cyberpunk. 

O que é Cyberpunk?
Fonte/Reprodução: original.

E ele não para por aí. Outro exemplo de polarização existente nesses universos é o quesito social. Como mencionamos, o modo cyberpunk de ver as coisas diz respeito em primeiro lugar a uma distopia. Um futuro que deu errado, em que a tecnologia evoluiu muito, porém, por outro lado, a sociedade como um todo regrediu. 

Mesmo com todo esse avanço tecnológico, no cyberpunk há muita pobreza. Claro, as grandes corporações que constroem tecnologia, em especial, continuaram a crescer e se tornaram conglomerados cínicos e frios, que não ligam para nada além do próprio sucesso financeiro. 

E contrastando com esses metacapitalistas, há o cidadão comum relegado ao esquecimento. Entregue aos vícios das novas tecnologias, das novas drogas e condenado a trabalhar até a exaustão e ganhar um salário de fome, tudo isso porque o governo já é cúmplice das big techs

É nesse cenário apavorante que se desenvolve o gênero cyberpunk. Também é comum encontrarmos outros elementos mais distintos que não integram esse sistema de contrastes que apresentamos. Entre esses elementos podemos pontuar: 

  • Indivíduos com próteses e enxertos mecânicos e tecnológicos; 
  • Armas hi-techs de laser ou plasma; 
  • Veículos voadores ou planadores; 
  • Tecnologia de hologramas interativos; 
  • Órgãos artificiais; 
  • Olhos com interface digital; 

Esses elementos integram todo o cenário, gênero e campo do que é cyberpunk. E toda mídia que segue o tema costuma respeitar todas essas características. 

Quando partimos da premissa de que as condições de trabalho no mundo cyberpunk são terríveis e subumanas, é fácil imaginar os mais espertos e habilidosos recorrendo a práticas antiéticas para sobreviver. O roubo e furto no mundo cyberpunk é comum, bem como o assassinato de reputações de políticos, doxxing de homens de sucesso e uma série de outras práticas. 

Claro, os assassinos de aluguel também existem, sendo esses os piores dos criminosos. E com um mundo conectado, ser hacker é o cargo de maior sucesso. Tudo isso com muito cinismo em tramas de bastidores de enojar qualquer puritano do nosso tempo. 

As obras cyberpunk tem este referencial e oferecem histórias que se conectam de modo estético e temático com esses símbolos. Agora vamos conhecer melhor o que é o RPG de mesa Cyberpunk. 

Como surgiu o RPG Cyberpunk 2020 e 2077?

A primeira vez que o termo cyberpunk surgiu, foi em 1983 no conto de mesmo nome do autor Bruce Bethke. A ficção científica estava a todo vapor na década de 70 e 80, e não demorou para que a palavra se tornasse muito popular. 

No ano seguinte, em 84, o famoso escritor William Gibson definia em seu livro Neuromancer o que é ser cyberpunk: “um pichador virtual”, já colocando a pecha de algo sujo e criminoso no termo. 

Mas sem dúvidas, o que tratou de popularizar de uma vez e consagrar o termo foi o RPG de mesa Cyberpunk 2013. O jogo de tabuleiro foi lançado em 1988 e já mostrou a que veio o gênero. 

Criado pelo designer de jogos Mike Pondsmith, o jogo de tabuleiro trouxe um novo tema para os jovens da época. Claro, não foi o RPG que inventou a distopia, e nem mesmo o termo cyberpunk, mas foi ele que apresentou esse mundo para uma nova geração de jogadores.

E melhor, ele que também começou a alicerçar os aspectos visuais do gênero, dando estilo, corpo e alma para o que chamamos de cyberpunk. 

O jogo também contribuiu para colocar novos elementos no que é ser cyberpunk e deu os retoques finais para o gênero. Se hoje sabemos o que pode ou não combinar com esse mundo distópico iluminado por neon, devemos isso a Mike. 

E por se tratar de um role playing game (RPG), um jogo de interpretar personagens, pela primeira vez estivemos na pele de alguém que de fato vivia naquele mundo e sofrer o que os personagens sofriam, experimentando o que é ser um “pichador virtual”. 

Não à toa que antes de o gênero ser abafado aos poucos, em meados dos anos 2000, ele foi exportado para outras mídias e utilizado quase que à exaustão nos anos 90. Podemos citar a série de quadrinhos Marvel 2099 ou animações como Batman do Futuro. 

O RPG de mesa Cyberpunk teve originalmente 3 edições. Cada uma com acréscimos e atualizações que faziam do jogo ainda mais dinâmico e refinado. Elas são: 

  • Cyberpunk 2013;
  • Cyberpunk 2020;
  • Cyberpunk V 3.0. 

Além desses três jogos, que compartilham o mesmo fundamento e centro, ainda temos o RPG de mesa Cyberpunk RED. Este é um game novo que funciona como uma prequel para o jogo Cyberpunk 2077. 

E claro, o Cyberpunk 2077 é um jogo eletrônico, não um RPG de mesa, lançado para os consoles, mas ainda assim se passa no mesmo universo dos jogos de tabuleiro desenvolvidos por Mike. 

Produzido e lançado em 2020 pela CD Projekt RED, uma empresa polonesa responsável pelo sucesso mundial The Witcher, Cyberpunk 2077 leva os jogadores ao futuro distópico já muito conhecido pelos fãs da saga de Mike, agora de forma totalmente digital, sendo muito mais dinâmica a jogatina. 

Cyberpunk 2077 ainda é um role play, então os jogadores criam seus personagens, dão suas características e definem seu combate. A história também é orgânica, sendo adaptada e transformada de acordo com as escolhas dos jogadores. 

Não é necessário conhecer os jogos anteriores para apreciar o título. Mas é bem-vindo o esforço para submergir de verdade na trama e conseguir identificar os mais mínimos detalhes, easter eggs e referências presentes na versão eletrônica. 

Melhores RPG de mesa no estilo Cyberpunk

E claro, não é apenas o RPG de mesa Cyberpunk 2013 e suas atualizações que merecem ser conhecidos. Existem outros jogos de tabuleiro do mesmo tema que são excelentes e vamos mencionar abaixo. 

Está pronto para conhecer? Pegue um papel e caneta, anote nossas recomendações e prepare-se para horas e mais horas de diversão com os amigos! 

Shadowrun

Dentro do tema RPG de mesa cyberpunk, Shadowrun tem quase a mesma notoriedade, relevância e sucesso do que o próprio Cyberpunk 2013. 

O jogo tem elementos típicos de role play de tabuleiro, ou seja, estamos falando de classes medievais como elfos, só que tudo isso enquanto se passa em um mundo cyberpunk, com tudo o que a distopia futurística tem direito. 

As megacorporações dominam toda a humanidade e sociedade, a internet também é utilizada como um fator de alienação e controle mundial. E também temos os famosos implantes, atualizações mecânicas que fazem parte da vida dos habitantes do mundo de Shadowrun. 

Como o jogo conta com elementos medievais, ele também tem a famosa magia. Outros elementos culturais bem distintos também são encontrados no game, como os samurais. Assim como Cyberpunk, Shadowrun também recebeu suas versões nos jogos eletrônicos e se consagrou como um representante do gênero. 

Starfinder

Starfinder é um ótimo representante do RPG de mesa cyberpunk e uma das suas qualidades é ser bem diferente de outros jogos do tema.

É comum identificarmos um grau de claustrofobia no gênero cyberpunk, a limitação e a condensação da selva de pedra em torno do cidadão comum. Em Starfinder há a quebra deste paradigma. 

O jogo permite ações como batalhas espaciais e também é um jogo recheado de outros elementos emprestados de certos gêneros, como a magia. Mas não se engane, a tecnologia ainda está presente no game e é muito relevante.

Hackear sistemas, por exemplo, será grande parte de suas atividades em Starfinder, e estar tão “velhaco” como em outros jogos cyberpunk será primordial para sua sobrevivência no jogo. As megacorporações aqui atingiram tal grau que não dominam apenas uma cidade, país ou mesmo o mundo, mas sim sistemas planetários inteiros! 

A situação em Starfinder é sob muitos ângulos ainda mais distópica do que nos jogos de cyberpunks já citados. Discussões éticas e morais também fazem parte do jogo, tudo para dar ainda mais a sensação de que estamos diante de um RPG de mesa cyberpunk legítimo. 

Kuro

Kuro é um RPG de mesa cyberpunk fundamentado na cultura nipônica. O jogo não só faz uso dos elementos do folclore japonês, mas também de aspectos culturais. 

A começar pelo nome: a palavra “kuro” em japonês significa escuridão, e o jogo faz questão de trazer o tema sombrio para o jogador. Embora seja um game distinto por diversos motivos, é curioso imaginar que Tóquio é uma das representantes da cultura cyberpunk

De qualquer forma, Kuro leva o jogador a encarar não só a distopia controlada por grandes capitalistas, mas também monstros sobrenaturais que estão à solta nas ruas, becos e em cada canto do mundo. 

Melancólico, sufocante e sombrio, Kuro é sem dúvidas um ótimo jogo de cyberpunk que deve merece sua atenção. 

Como criar um personagem no RPG de mesa cyberpunk?

A criação dos personagens em um RPG de mesa Cyberpunk depende do jogo que foi escolhido. Mas para aqueles acostumados aos jogos de fantasia medieval, que são grande parte dos RPGs de mesa, pode haver diversas características novas. 

Como criar um personagem no RPG de mesa cyberpunk?
Fonte/Reprodução: original.

Como ficou claro em certos jogos acima, há magia e outras raças que os jogos cyberpunk compartilham com outros RPGs. Mas ainda assim há atributos novos, tecnologia e fatores que mudam bastante o modo como um personagem é criado e desenvolvido. 

Como funciona o RPG de mesa Cyberpunk?

De modo geral, os jogos de RPG de mesa cyberpunk funcionam como um jogo de tabuleiro comum, sendo coordenados de maneira presencial. Para apreciar a jogatina é necessário: 

  • Livro do jogo;
  • Mestre; 
  • Jogadores; 
  • Cartas e fichas de personagens;
  • Marcadores;
  • Dados;
  • Entre outros atributos particulares de cada jogo. 

Os jogadores devem ter tudo isso em mãos para começar uma campanha. E claro, devem estar reunidos presencialmente para jogar. 

Quais as inspirações do Cyberpunk?

A maior inspiração de Cyberpunk 2013, o primeiro game de fato cyberpunk, foi o conto de mesmo nome, ficções científicas do século XX e Neuromancer, de Gibson. As obras de Philip K. Dick e o filme Blade Runner também foram influências decisivas para Mike Pondsmith. 

Agora que você conhece os principais títulos de RPG de mesa cyberpunk, não deixe de juntar os amigos e se divertirem com esses jogos distópicos iluminados por neon! 

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